Domingo, 23.01.11

Vive(r)

 

 

Não sei escrever sobre o que não sei sentir. Uma mistura de vida e morte. De quente e frio. De cores e tons cinzentos. De liberdade e aprisionamento. De grito e de silêncio. Só quero que chegue o dia em que encare a vida de braços abertos com vontade, garra e sem medos de a viver.

 

Quinta-feira, 09.09.10

Au revoir

 

 

Chegou a altura de dizer "adeus".

A tua ida significa o final do Verão, do sol, dos acampamentos e dos festivais. O mar fica ali à minha espera, até para o ano. Os castelos de areia desmoronam-se entretanto, embalados nas ondas, irão regressar certamente. Arrumo na mochila a toalha, os óculos de sol e os cheiros dos lugares onde estivemos. Terá sido, talvez, o último Verão passado em grande.

Agora vais, mas depois voltas. Tal como o Verão, o sol, os acampamentos e os festivais.

Au revoir mon amour. Au revoir...

Quarta-feira, 07.07.10

As esperanças desiludem

 

Modo off.
Desligo do mundo, parto para outra, sigo as minhas vontades e vivo ao sabor do vento. Não me importa se é tarde ou se é cedo, não me importa o que fazer amanhã, porque ainda tenho algumas horas do dia de hoje.
Desligo do mundo, parto para outra, não quero saber de escola, de pessoas, de stress e confusões. Não me importa que o autocarro esteja atrasado e que o teste esteja à porta.
Desligo do mundo, parto para outra, acabaram-se os trabalhos e os testes. Não me importa mais nada, só o sol, o mar, e aquelas pessoas que tiveram de ficar um pouco mais ausentes nas alturas críticas em que me enfiava em casa e estudar.
Desligo do mundo, parto para outra, porque as cadeiras estão todas feitas e só falta saber uma nota. Não me importa que seja só uma porque tenho esperanças, a esperança é forte de que as férias já chegaram.
Desligo do mundo, volto atrás. As esperanças desiludem-nos e a nota vem para nos estragar os planos.
Quando a motivação é pouca, a vontade inexistente, a cabeça já não trabalha, o corpo não reage, o que fazer?

 

Segunda-feira, 14.06.10

Porras de uma vida

 

Os 20 já chegaram há algum tempo e, sim, sinto-me diferente.
Já não me sinto tanto uma menina grande que reclama com a vida e que nunca está satisfeita com nada. Já não venho para aqui contar como foi ontem, anteontem e como espero que o dia corra amanhã. A minha vida mudou, agora vejo tudo de maneira diferente. Vejo o passado de maneira diferente, tal como vejo o futuro. Vejo o curso, a faculdade, as amizades, os fins de semana e o mundo de maneira diferente. Agora tenho certezas de umas coisas e tremo de inseguranças por outras. Parece que afinal, já não existem facilitismos, já não nos podemos encostar àquela coluna fantástica do terraço da faculdade a fumar cigarros e a ter momentos de total diarreia cerebral. Agora já não podemos deixar as coisas para fazer no dia seguinte porque, agora, ficamos até às 03.00 da manhã a fazer trabalhos e a estudar para testes, quando podíamos ter feito os trabalhos antes e assim tínhamos tempo para estudar para os ditos testes. E se passássemos nos testes, tínhamos tempo para sair, ou para estar na ronha até às 14.00 a fazer zapping na televisão.
Agora, assumo que cometi um dos maiores erros de sempre. E estou a viver com isso.
Irritada. Possessa. Deprimida.
E invejosa, invejosa dele que está no Sul, que passou 45 minutos comigo da última vez, e que foi para festivais e beber copos nos bares das praias do Alentejo. Amuada por estar-se nas tintas. E acima de tudo chateada comigo por ser infantil e birrenta.
Há dias em que me enervo. Esses dias são óptimos para pôr a escrita em dia.

 

Anne Marie

C'est l'histoire de ma vie, racontée dans des mots qui sont le sommeil en vrac

É a história da minha vida, contada em palavras que fazem adormecer

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